Testemunho da irmã norte-coreana Soon Ok Lee

sexta-feira, 10 de abril de 2009
SOON OK LEE é norte-coreana. Ela pôde escapar para a Coréia do Sul em 1996. Sua vida foi dedicada para falar acerca do sofrimento dos cristãos na Coréia do Norte.

Em 2002, em vários centros de refugiados, cristãos foram executados por sua fé a mando do regime comunista da Coréia do Norte. Ali, cristãos são considerados criminosos políticos.

Estima-se que existem mais ou menos 400 mil cristão norte-coreanos que adoram a Deus
clandestinamente.

Por 17 anos trabalhei para o partido comunista da Coréia do Norte. A pesar de minha
lealdade, fui traída por eles, que me indiciaram e em seguida me levaram presa. Depois fui levada ao centro de trabalhos forçados por 7 anos. Fui tão maltratada que meus músculos do rosto não funcionam normalmente. Era exposta a temperatura de 35°graus abaixo de 0°.

Também tenho problemas com minhas pernas. Sinto constantemente dor em todo o corpo.
No campo de concentração, muitas mulheres estavam grávidas, mas era proibido terem seus filhos. Não deixavam nascer bebês de mães cristãs. As crianças cristãs eram assassinadas.

Os bebês morriam ainda no ventre, ou, se nasciam com vida, os guardas imediatamente os matavam na frente de suas mães.

Nesses 7 anos em que fiquei no campo de concentração, vivi com mulheres cristãs que foram presas por sua fé em Jesus Cristo. Pois na Coréia do Norte é crime crer em Deus. Aos cristãos não é permitido levantar suas cabeças ou olhar para o céu. Os guardas lhes davam os trabalhos mais perigosos e pesados para fazerem. Tinham que trabalhar 17 horas por dia.

Seus corpos se consumiam.

Muitos eram presos por crerem em Jesus Cristo, mas, apesar de serem torturados, não negavam sua fé. Não existe outro lugar na terra onde os cristão sofram mais que na Coréia do Norte.

Nos últimos momentos de vida, davam as mãos e louvavam a Deus. Não conseguia entender como naquelas terríveis circunstâncias podiam cantar. Os guardas vinham e lhes golpeavam no rosto, na cabeça, para que eles deixassem de cantar. Nunca vou esquecer esses momentos de horror, em que os guardas matavam os crentes com golpes.

Em dezembro de 1992, por um milagre de Deus, fui libertada. Minha libertação foi anunciada publicamente diante de seis mil prisioneiras. As cristãs me olharam mantendo sua postura curvada, e seus olhos me imploravam falando; "Se estás livre é para falares a outros de nós". Nesses longos 7 anos vi que apesar de todo o sofrimento os cristãos não negaram a seu Deus. O mesmo Deus que me manteve viva e me levou para a Coréia do Sul. Agora quero servir a esse Deus fielmente em toda a minha vida, ainda que isso signifique que tenha que sofrer.

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